segunda-feira, 6 de junho de 2011

ILUDIDOS

Como podeis estar tão iludidos?!
São vossos corações esculpidos
Com o frio aço da futilidade,
Desenhando tal frivolidade
Que apenas podem encontrar gozo,
Entre domínios do indecoroso.

Entre violência, guerras e orgias
Vive o mundo seus ultimos dias.
Pra tristeza procurais enfeites,
Tricotados com vossos deleites,
Mas essa roupa, é vestidura
De ilusão criada, que não perdura.

De sedas é vossa aparencia,
- Cobre vossa falta de ciência -
Como bela caixa de presente,
Que lá dentro tem uma serpente.
Só ouro e prata quereis, e procurais,
E seus excrementos adorais...

Vós vos perfumais com avareza,
Pra não cheirar a propria tristeza.
Procurais a satisfação carnal,
Mas a carne não passa d'um jornal,
Hoje lido, visto, e tocado...
Amanhã papel, ao fogo jogado.

Nilton Nascimento

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sábado, 4 de junho de 2011

NÃO ESPERAREI A SORTE

Não me sentarei a ver passar a Sorte,
Nem esperarei que te vás oh Fado.
Não posso simplesmente estar sentado,
Só vendo a vida correr para a morte...

Te perseguirei de Sul até Norte,
Este a Oeste, até te ter encontrado,
Batalharei, até estar tão cansado,
Que desejarás voltar pra tua corte.

Eu te dobrarei perante a Vontade,
Arrancarei de ti toda a maldade...
- Comigo está Aquele que fortalece,

E quem com Ele está não desfalece. -
Essas tuas curvas tomarão esse rumo
Daquele que detem o fio-de-prumo...

Nilton Nascimento.